Na juventude temos uma obsessão pelo “mais”. A coisa mais saborosa, a mais radical, a mais perigosa, a mais cara, a mais bonita, etc. Tendemos a sobrevalorizar as nossas capacidades, julgando-nos incapazes de falhar e, quando fracassamos condenamo-nos sem apelo nem agravo por ter falhado. Só mais tarde, e com alguma sabedoria adquirida, é que percebemos que por vezes o menos é mais, e que, o falhanço, assim como o sucesso, fazem parte da vida, embora a vida não seja nada equilibrada, por isso, há sempre quem tenha mais sucesso e menos falhanços, e, vice versa. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Muito Mais é Demais

O homem empenha-se em acreditar em Deus porque não confia em si mesmo. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Acreditar

© FERNANDO KASKAIS A mulher está encostada á parede, com o tronco ligeiramente descaído, atrás dela, na janela rectangular de moldura escura, não se reflecte nada, como se a luz caísse de um céu feito de chumbo. De pernas cruzadas olha para o vazio e, relembra provavelmente, algumas memórias dos dias de trabalho, que felizes ou infelizes, eram dias úteis. Ou, talvez, o passado para ela, também seja feito de chumbo. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Tristeza

Podes não caber no teu nome. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Caber

Os perigos imaginários assustam tanto quanto os reais. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Igual

A melhor filosofia de vida? Pensar o menos possível. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Mínimo

Seja como for, deixa que seja. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Deixa

Durante um período de pandemia, deve haver uma higiene narrativa tel como há uma higiene física. A doença está no ar. A história, ou as histórias da pandemia podem ser tão tóxicas quanto a própria pandemia. ©Fernando Kaskais Continuar a ler Tóxico

Vira o teu olhar para dentro, não tenhas negócios a não ser contigo mesmo; Observa-te continuamente, faz um balanço de ti mesmo, prova a ti mesmo aquilo que queres provar aos outros. Não tenhas medo de examinar o teu umbigo. E porque não? É olhando para dentro, em direcção ao teu centro e origens, que poderás observar as coisas mais interessantes. Se não encontrares nada de interessante em ti mesmo, também não encontrarás nada de interessante fora de ti.  ©Fernando Kaskais   Continuar a ler Olhar Para Dentro

Os pequenos artigos que escrevo, por mais convincentes que sejam (ou não), são apenas uma expressão do meu inevitável fracasso em contar a única história que vale a pena contar. Por mais que eu possa escrever sobre a minha existência, e mesmo que fosse Proust ou Pessoa, nunca poderia transmitir a soma da minha experiência.  ©Fernando Kaskais   Continuar a ler Experiência

Podes ser forte, até mais forte do que aqueles que te rodeiam, mas lembra-te; quando se é forte, a única pessoa que se pode culpar somos nós mesmos.  ©Fernando Kaskais   Continuar a ler Forte

Podes aperfeiçoar-te incessantemente, no amor á humanidade e á vida, até mesmo na sua compreensão, podes contudo, muito pouco sobre a tua própria imperfeição, a qual subsiste apesar dos teus ilusórios progressos. Talvez um dia, aceites com espanto o ser que és.  ©Fernando Kaskais   Continuar a ler Espanto

O homem profundamente triste só é consciente de si na tristeza, e o mesmo ocorre com o feliz e a sua alegria. Assim, só te conheces a ti mesmo apenas nos momentos de ser que te revela o mais viável e constante em ti, desprezando como acidental e fortuito todo o resto.   ©Fernando Kaskais   Continuar a ler Eufórico?

Só conheces o teu próprio dever e ainda o ignoras. Quanto ao dever do outro, esse, ignora-lo totalmente. É pois um absurdo dizer ao outro, deves fazer isto, ou aquilo, pois para perceberes o dever do outro, terias de ser ele próprio.   ©Fernando Kaskais Continuar a ler O Outro

Eis algumas ideias para perceberes se atingiste a maturidade emocional: 1 –  Percebes que a maior parte do mau comportamento das outras pessoas normalmente se resume ao medo e á ansiedade, e não, como geralmente é mais fácil presumir, á maldade ou idiotice. Quando compreendes isto deixas de pensar no mundo unicamente habitado por monstros ou doidos. Isto torna as coisas menos pretas e brancas. 2 – Compreendes que, felizmente, o que está na tua cabeça não pode ser entendido automaticamente pelas outras pessoas. Terás que articular as tuas intenções e sentimentos com o uso de palavras, e não podes … Continuar a ler A Maturidade Emocional

Compreendo agora que o esquecimento só chega quando nos lembrámos, quando nos lembrámos de lembrar e fazemos as pazes com as coisas que são lembradas.  ©Fernando Kaskais Continuar a ler Lembrar

Deixa o passado no passado. É uma ilusão achares que podes mexer no passado e saíres incólume, abordando a memória como um investigador munido de um microscópio intelectual. Vais ser forçado a reviver tudo. Talvez consigas lidar com os factos, mas, provavelmente não aguentarás as emoções que, te aparecem disfarçadas de acontecimentos. A memória, como qualquer outra parte do corpo, também adoece, definha. Raramente a memória é saudável, se começas a recordar, também começas a esquecer.  ©Fernando Kaskais Continuar a ler Deixa Estar

A doença é uma teia invisível que traz consigo uma vergonha e uma culpa inexplicáveis, como se tu fosses responsável pela degradação das tuas faculdades.  ©Fernando Kaskais Continuar a ler Doença

Ao fim de sessenta anos e no seu aspecto mais profundo, o meu conhecimento de mim próprio ainda tem pontos obscuros, zonas interiores inacessíveis, secretas, embora, já consiga ter alguma cumplicidade com este ser com quem coabito. Emprego a fundo o que tenho de inteligência para ver de longe e de mais alto a minha vida, que, ao ser assim observada se torna então a vida de um outro. Embora este processo seja difícil, é sempre preferível do que ver-me através dos olhos dos outros, do que olhar para a minha vida modificada segundo o conceito que os outros formam … Continuar a ler Desconhecido

Não te afadigues muito em perceber o que se passa contigo, seja lá o que for que te preocupe, pois é provável que não o percebas. É uma regra imutável da vida; um acontecimento entendido como inevitável, quando analisado em retrospectiva, está longe de ser óbvio no momento em que sucede. Por outras palavras, só vais perceber o que se passa contigo, agora, daqui a uns tempos. Ou seja, nessa altura, algures no futuro, irás olhar para trás e pensar que a resposta á tua duvida actual era por demais evidente.  ©Fernando Kaskais Continuar a ler Dar Tempo ao Tempo